A Associação Cultural “Unhas do Diabo” foi constituída em 1998, aprovando o seu regulamento interno, estatutos e plano de acção. O órgão directivo ficou sob responsabilidade do Presidente da Direcção, Dantas Lima, do Tesoureiro, Edgar Lourenço e da Secretária, Fernanda Cunha. Nesta época contava a Associação com cerca de 12 elementos disponíveis para trabalhar em prol do teatro de amadores em Ponte de Lima.
A criação do grupo de teatro da Associação Cultural “Unhas do Diabo” fez renascer o Teatro de Amadores em Ponte de Lima. A escolha deste nome prendeu-se com a já conhecida lenda das “Unhas do Diabo” e com a analogia teatral dos Diabos Vicentinos que serviram de inspiração ao logótipo, da autoria de Lucílo Valdez e Dantas Lima.
O “Unhas” como é, carinhosamente apelidado, procurou traçar novos rumos, diversificar as suas actividades e cativar o público limiano para o teatro. Numa primeira fase foi ele próprio ao encontro do público e pela primeira vez apresentou um espectáculo de rua denominado "Caminhos da Índia". Este trabalho foi o resultado da junção de dois autos de Gil Vicente, o "Auto da Barca do Inferno" e o "Auto da Índia", e do episódio do Velho do Restelo, de O"s Lusíadas", a partir da adaptação de Maria Amélia Pinto Pais. Este espectáculo foi representado pela primeira vez no Largo da Picota, em Ponte de Lima, local estrategicamente escolhido para cenário pois permitia a utilização de efeitos especiais, como fogo de artifício. Foi depois representado em vários locais do concelho de Ponte de Lima, em Coimbra, em Felgueiras, em Vila Real, em Viana do Castelo, em Paredes de Coura e em Vila Nova de Anha. Permaneceu em cartaz durante algum tempo tendo sido várias vezes solicitada a sua reposição, o que implicou a substituição de alguns actores.
Em Novembro de 1998, por motivos de ordem profissional do Presidente, Dantas Lima, tomou posse uma nova direcção. Como Presidente da Assembleia Geral tomou posse Francisco Santos, como Presidente da Direcção, Edgar Lourenço e Presidente do Conselho Fiscal, Maria Gorete Moreira. O trabalho desenvolvido até então permitiu o crescimento, afirmação e divulgação do trabalho da Associação. Esta procurou conquistar um público cada vez mais abrangente e, no ano seguinte, estreou mais um espectáculo de rua, desta vez dirigido aos mais novos. A peça intitulava-se "Os Nove Mandriões", uma adaptação de Lucílo Valdez, a partir de um texto de Luísa Ducla Soares.
A partir daqui o "Unhas", como carinhosamente é tratado pelos limianos, traçou um percurso invulgar que o levou a precorrer novos caminhos e novos desafios num crescente de exigência e de abertura à comunidade onde está inserido, que lhe granjeou, junto do público, admiração e carinho.